Como a tecnologia na nuvem na medicina diagnóstica ajuda a promover a sustentabilidade
Muitas vezes não mensuramos o impacto que pequenas decisões podem ter sobre o meio ambiente. A cada exame solicitado, se for gerada uma imagem impressa, teremos uma infinidade de resíduos altamente poluentes. Até pouco tempo atrás vivíamos esse dilema.
Na busca de um diagnóstico que poupa milhões de vidas todos os anos, produzimos toneladas de imagens tóxicas que, se não forem corretamente tratadas, podem resultar em impactos ambientais graves. Se você é médico radiologista ou trabalha com medicina diagnóstica, deve saber que para cuidar de um paciente é preciso também administrar passivos.
Mas a tecnologia na nuvem está mudando esta equação. Soluções inteligentes que tornam processos mais eficientes e sustentáveis permitem a convivência harmônica entre o cuidado com o paciente e a preservação do meio ambiente.
Vamos conferir em mais detalhes de que forma soluções em nuvem para o armazenamento de imagens médicas podem ajudar a promover a sustentabilidade?
Resíduos fotoquímicos
Filmes radiológicos ou reveladores químicos são altamente poluentes. Segundo reportagem da TV Globo, as películas de raio X são feitas de plástico (acetato) e prata, altamente poluentes. O acetato pode demorar mais de 100 anos para se decompor e a prata é um metal pesado, capaz de contaminar o solo e o lençol freático.
Uma reportagem do Jornal Folha de São Paulo de 2010 relata que toneladas de exames são coletados pelo Hospital das Clínicas e direcionados para reciclagem. Mas quantas outras toneladas não são irregularmente descartadas?
A tecnologia na nuvem permite o armazenamento e a transferência de imagens médicas, sem a necessidade de impressão. Isto coloca a prática radiológica em equilíbrio com os interesses de longo prazo de preservação do meio ambiente.
Infraestrutura de tecnologia
Quem precisa de uma estrutura de tecnologia da informação necessariamente terá que se preocupar pelo menos com:
- Imobilização de capital com hardwares e equipamentos de refrigeração;
- Despesa com energia e manutenção;
- Gerenciamento de passivo tecnológico.
Vamos supor que você contrate uma solução para armazenar 50 terabytes de imagens médicas. Mas que esse volume de informações só será efetivamente utilizado daqui a 4 ou 5 anos. Só com este cenário, já nos ocorrem 3 questionamentos:
- Por que manter uma sala refrigerada com servidores ociosos?
- Por que antecipar algo que pode ser utilizado na medida da necessidade?
- Em quanto tempo esses equipamentos vão estar obsoletos?
A tecnologia na nuvem permite o compartilhamento de infraestrutura e manutenção. É possível armazenar imagens médicas na medida da necessidade, sem ter que se preocupar com investimentos elevados iniciais e a posterior gestão dos resíduos tecnológicos.
Se os exames podem ser acessados online, qual é a necessidade de imprimir filmes ou mesmo gravar os arquivos em CDs ou pendrives? A administração de uma clínica ou hospital deve focar no cuidado com o paciente. E se ele puder ser menos oneroso, sob o ponto de vista financeiro e ambiental, melhor ainda.
A discussão entre os benefícios da radiologia médica e o passivo que os resíduos das imagens médicas podem causar ao meio ambiente, embora bastante presente em nosso dia a dia, nos parece algo que já poderia ter sido superado.
A tecnologia na nuvem já está disponível no mercado e é mais barata que as soluções poluentes. Com isso, entendemos que os cuidados com os pacientes podem ser intensificados, sem ampliar a geração de resíduos, em respeito ao meio ambiente. Gostou do nosso artigo? Aproveite para compartilhar o conteúdo em suas redes sociais!
Dr. Roberto Cury, Cardiologista, Especialista em Imagem Cardíaca, Co-fundador da Ambra Saúde