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O poder deflacionário da economia colaborativa

Economia colaborativa

 

A economia colaborativa tem se destacado nos últimos anos em diferentes setores da sociedade. Ela oferece inúmeros benefícios que envolvem desde a carona até a moradia das pessoas. Trata-se de uma tendência em que aquilo que é comercializado é o acesso a determinado bem e não a sua posse.

A lógica por trás disso é muito simples: com a economia colaborativa você pode fazer uso de algo que pertence a outra pessoa por preços que sejam justos para ambas as partes, num modelo que pode ser adaptado para diferentes segmentos da sociedade.

Essa lógica pode ser adaptada também à área da saúde. Para saber mais, acompanhe o artigo.

A economia colaborativa

Esse conceito leva para os negócios uma visão de mundo que valoriza muito mais a divisão do que o acúmulo, algo que certamente é benéfico diante do agravamento de uma série de problemas, tanto sociais quanto ambientais.

Se até alguns anos atrás era preciso ter um alto salário para garantir a posse de um determinado bem ou serviço de valor, hoje a economia colaborativa já abre espaço para que pessoas sem tantas condições financeiras façam uso das soluções existentes, criando um mercado consumidor maior para movimentar a economia.

Da mesma forma, ela oferece ao proprietário oportunidades para obter uma fonte interessante de renda e evitar que um bem de valor fique ocioso.

De uma maneira geral, a economia colaborativa é a brecha que o mercado apresenta para soluções criativas nos mais variados setores.

A redução de preços

Uber, Airbnb e Wikipedia são alguns exemplos de economia colaborativa em que a tecnologia é um fator de redução de preços. No Brasil, podemos citar o Gympass ou o Conta Azul ou iniciativas como a do Banco Itaú, que disponibiliza bicicletas para as pessoas nas grandes cidades.

Pense na quantidade de horas que um carro pode passar ocioso. Provavelmente na maior parte do tempo este capital esteja estacionado, algo que, com o Uber já pode ser modificado, pois ele dá ao proprietário a possibilidade de obter renda ao oferecer o serviço.

Manter servidores locais em muitos casos é parecido com ter carros parados, sem o benefício da comodidade e conforto que o veículo pode proporcionar. E não são poucas as semelhanças, pois o custo de aquisição é só o início. Existe também o custo com ações que vão desde revisões, a troca de peças, o pagamento do IPVA, do seguro e de eventuais multas. Sem contar o custo de oportunidade quando o carro fica parado.

Para a área médica

Muitos hospitais, centros diagnósticos e clínicas possuem salas enormes e refrigeradas, com servidores próprios, softwares e equipes de tecnologia. Em muitos casos, esses ambientes passam mais tempo ociosos do que deveriam.

Até alguns anos atrás isso seria inevitável, uma vez que não existiam alternativas mais viáveis, entretanto, hoje, se considerarmos que existem soluções em nuvem, capazes de otimizar a alocação dos recursos, isso parece não fazer tanto sentido.

Softwares modernos já contam com uma arquitetura definida, flexível e em evolução. Protocolos e equipes de segurança da informação são especializados e os servidores podem ser compartilhados sem que a individualidade de cada usuário deixe de ser respeitada.

Alguns exemplos que já funcionam na lógica moderna:

  • prontuário eletrônico;
  • armazenamento de imagens médicas;
  • prescrição digital;
  • suporte e atendimento ao paciente.

É na questão do custo-benefício que a economia colaborativa pode surgir como um diferencial para a área médica, tornando processos mais ágeis e econômicos, mantendo a qualidade.

Alta dos preços

Acompanhando os índices de inflação nacionais, encontramos um problema com valores que ficam muito acima das possibilidades do brasileiro. E uma das áreas que mais contribui para tanto é a da saúde.

De acordo com o IBGE, a alta dos preços dos planos de saúde foi de 13,55% em 2016, assim como a subida relativa à saúde e cuidados pessoais chegou a 11,04%. Números bem superiores aos da inflação oficial, de 6,29% no ano.

Outro dado interessante de se analisar é que, segundo a ANS, quase dois milhões de pessoas deixaram de ter cobertura por planos de saúde com assistência médica em pouco mais de 1 ano. Considerando os períodos entre julho de 2015 e julho de 2016, a diferença chegou à casa de 1,7 milhão de pessoas.

Isso nos mostra que é preciso procurar soluções para enfrentar a crise. Mas como fazer isso sem perder qualidade? A resposta certamente não é a contínua elevação de preços, pois cada vez menos pessoas estão dispostas a pagar pelos serviços.

A mudança que pode ser feita

É preciso ter criatividade e dinamismo para mudar. Mesmo com a alta de preços dos planos de saúde privados, as pessoas não deixam de ficar doentes, agendar consultas e realizar exames. A diferença é que, em vez de utilizarem o sistema privado, passam a ser um custo adicional para o SUS.

Se pensarmos que o poder de compra das famílias e os orçamentos das empresas foram reduzidos, não é difícil concluir que a equação não fecha.

Há mais de 6 anos acompanhamos com interesse o mercado de computação na nuvem aplicado a imagens médicas e novas tecnologias. Ao longo desse período, verificamos que, além de reduzir custos, é possível obter maior qualidade e até ganho de eficiência com soluções tecnológicas baseadas na economia compartilhada.

Apostar em soluções próprias para cada desafio pode trazer problemas como a limitação do crescimento do negócio e inviabilidade da própria existência do serviço. É bom lembrar que proteger um banco de dados e garantir a privacidade dos pacientes são ações que exigem investimentos significativos em tecnologia.

Como as soluções tradicionais envolvem linhas de custos, sendo necessária a atualização de softwares, a troca de hardwares e constantes treinamentos para o uso do sistema, elas acabam apresentando gastos consideráveis no processo como um todo.

Cloud Computing

A computação em nuvem em muitos casos é a resposta mais sensata para essa questão. O armazenamento de imagens médicas é um exemplo. Não é uma solução inteligente antecipar um investimento, imobilizando boa parte do capital do negócio se já existem soluções mais baratas e eficientes.

Com a Cloud Computing, se existem mil hospitais com características parecidas, todos podem fazer uso das funcionalidades para lidar com problemas comuns. Isso gera economia de tempo e, principalmente, de capital, elevando o nível de agilidade e profissionalismo da equipe, além de possibilitar uma expansão mais acelerada.

Veja o caso de soluções populares que permitem o pagamento na medida em que são utilizadas, no sistema de assinatura. Dropbox, Google Drive, Spotify e Netflix são alguns exemplos mais comum de empresas que compartilham do mesmo conceito de economia compartilhada.

Todos eles funcionam para pessoas que fazem uso do serviço de maneira individual, mas sob a lógica do compartilhamento, sem que ocorram problemas, sem que o acesso conjunto represente qualquer limitação.

As novas tecnologias

Pense que uma ligação de 5 minutos entre Nova York e São Francisco custava US$ 3,70 na década de 1950, segundo artigo publicado na The Economist. Em valores atuais, isso seria cerca de US$ 36,35. Parece alto? Pois saiba que hoje, utilizando o WhatsApp, esse custo praticamente foi anulado.

As novas tecnologias já estão tomando conta dos espaços, o que faz com que a capacidade de adaptação dos modelos de negócio seja determinante para o sucesso ou fracasso do projeto.

É nesse sentido que a economia colaborativa para a área médica pode ser a solução que tanto os profissionais quanto os pacientes precisam, não somente em termos de qualidade e segurança para os processos, mas também em relação aos valores praticados.

Além disso, quando o profissional trabalha com o gerenciamento de imagens médicas na nuvem, por exemplo, uma das vantagens é poder ter acesso a elas com maior facilidade, seja por meio de computadores, tablets ou até smartphones, garantindo otimização de tempo e maior agilidade nas respostas que os pacientes precisam.

Enfim, diante de um cenário que se mostra cada vez propício para novas tecnologias, considerar a economia colaborativa como uma possibilidade para o seu negócio pode ser um diferencial significativo para os próximos anos.

Compartilhe nas redes sociais para que outras pessoas saibam sobre as possibilidades da economia colaborativa.

 

Dr. Gustavo Meirelles, Radiologista, Co-fundador da Ambra Saúde

Daniel Ávila, Desenvolvedor de Negócios da Ambra Saúde

 

Este artigo foi publicado originalmente na no Jornal da Imagem – Edição nº 462 – Fevereiro de 2017 e atualizado no dia 16/09/2017.