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Entenda a inflação do setor de saúde no Brasil

As estatísticas referentes ao setor de saúde no Brasil são alarmantes: a inflação, nos últimos anos, surpreendeu consumidores, gestores e especialistas, atingindo índices elevados até mesmo quando comparados à taxa de aumento no nível dos preços em geral do país. Isso porque o custo médico-hospitalar chega a ser 2,8 vezes superior à inflação.

Apesar de não ser um fenômeno exclusivamente brasileiro, não há dúvidas de que os reajustes nos preços de medicamentos, planos de saúde, exames e procedimentos médicos têm prejudicado a população e deixado o setor em alerta em nosso país.

Entender o que causa e quais são as consequências desse aumento é essencial para compreender o cenário econômico atual e as perspectivas da área médica para os próximos anos. Quer saber mais sobre o assunto? Então continue a leitura.

A inflação no Brasil

Basicamente, a inflação é a medida do aumento do nível de preços de determinado conjunto de bens ou serviços durante um período. Ela apresenta duas causas principais:

  • os custos, em especial no campo dos insumos básicos (energia elétrica, combustíveis, matéria-prima), que são repassados ao consumidor final;
  • a demanda, que pode ser motivada pelo aumento do consumo ou por meio de investimentos de empresas e do governo.

No Brasil, o principal índice de cálculo da inflação é o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que utiliza uma média ponderada para determinar a taxa em determinado período. Essa estimativa fica a cargo do IBGE — Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Existem ainda outros indicadores em vigor no Brasil:

  • IGP — Índice Geral de Preços;
  • IPA — Índice de Preços no Atacado;
  • INPC — Índice Nacional de Preços ao Consumidor;
  • CUB — Custo Unitário Básico.

A saúde suplementar no país

Denominamos a saúde suplementar como toda a atividade que diz respeito à operação de planos ou seguros de saúde. Lembrando que os termos não são sinônimos. Planos são serviços oferecidos por rede assistencial própria ou credenciada, podendo ou não oferecer garantia de cobertura por meio de reembolso. Já os seguros são restritos a seguradoras especializadas em saúde.

Eles garantem a cobertura por reembolso ou por rede referenciada, podendo o beneficiário aceitar ou não a indicação realizada pela seguradora.

Operações realizadas por planos ou seguros são reguladas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão público que regula o fluxo financeiro e de serviços envolvendo operadoras, bem como beneficiários e prestadores.

Mas também existe a ação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que cuida da regulação sanitária e econômica de insumos hospitalares e do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, responsável pela competitividade na área da saúde.

A inflação do setor de saúde

Entre outros motivos, o problema da inflação no setor de saúde no país está relacionado a questões estruturais. Em resumo, podemos dizer que isso envolve a ação pouco incisiva em relação aos reajustes de planos coletivos que deve ser realizada pela ANS, o que faz com seguradoras e operadoras apliquem aumentos que vão desde 18% até mais de 100% dos preços.

Consequentemente, os índices da inflação têm elevado o custo de vida e prejudicado o atendimento aos pacientes.

Em 2016, os valores relativos a cuidados pessoais e saúde tiveram a maior alta registrada entre todos os grupos analisados no ano, inclusive alimentação, educação e transportes. Com o IPCA geral em torno de 6,28%, os índices dos planos de saúde chegaram a 13,55%.

Já em 2017, com a queda da inflação, o IPCA fechou o ano por volta de 2,94%. Ainda assim, também de acordo com o IBGE, a variação referente aos gastos com saúde foi de 6,68%. Não é difícil perceber que a conta não fecha.

As causas do aumento da inflação do setor de saúde

O aumento dos custos na área médica no Brasil é impulsionado por inúmeros fatores, desde o envelhecimento da população e o desperdício de materiais e insumos até os mais recentes avanços e inovações tecnológicas, que promovem o desenvolvimento de exames, medicamentos e procedimentos complexos e caros.

Um dos índices mais importantes do setor, o VCMH (Índice de Variação dos Custos Médico-Hospitalares) dos últimos anos demonstra uma elevação constante dos reajustes e das taxas de inflação na saúde, baseada na variação do custo das principais operadoras de planos de saúde nacionais.

Entre 2015 e 2016, o índice chegou a 19,4%. Já entre 2016 e 2017, a taxa foi de 20,40%, a maior variação já registrada nos últimos 8 anos e consideravelmente maior que a inflação geral do país registrada pelo IPCA.

Consequentemente, os reajustes dos valores dos planos de saúde e dos medicamentos acabam sendo os principais responsáveis pelo aumento da inflação no setor de saúde nos últimos anos.

Esse cenário econômico indica a necessidade de buscar mais eficiência na área, promovendo novos modelos de remuneração, controlando o desperdício e reduzindo custos relacionados à gestão e administração.

Os problemas para a população com a inflação nos últimos anos

Na prática, a história se repete: a pessoa está em casa e quando menos imagina recebe uma carta alertando sobre o reajuste nos valores de seu plano de saúde. Inconformada, ela vai em busca de alternativas no mercado e descobre que os valores reajustados, ainda que acima de suas possibilidades, são muitas vezes até menores do que os praticados pelas outras empresas.

O resultado é ter que arcar com as despesas ou ficar sem plano de saúde, algo que pode ser dramático dependendo de cada realidade.

O fato é que a inflação traz custos maiores às diferentes etapas que fazem parte da saúde no Brasil. Consequentemente, isso faz com que o produto final, no caso, o serviço prestado, se torne caro e inviável para os consumidores. Alguns exemplos estão nos serviços dos profissionais que precisam ser bem remunerados. Outros estão nos custos gerenciais com medicamentos e materiais, a operacionalização, entre outros.

As despesas de um plano de saúde podem estar relacionadas à variação de custos diretos praticados por prestadores de serviços ou à variação da demanda, uma vez que não existe por parte das coberturas, previsão de qualquer limitação em termos de quantidade ou de valor para os planos de saúde.

Sendo assim, cabe aos responsáveis recorrer a alternativas como o investimento em tecnologia e recursos capazes de diminuir custos em cada atendimento.

Enfim, trata-se de um problema que atinge um número cada vez maior de brasileiros, mesmo porque serviços como o SUS não dão conta de atender com qualidade as necessidades da população. É preciso que essa questão seja devidamente compreendida para que possamos agir de forma a dar às pessoas a qualidade ideal dentro de suas possibilidades financeiras.

Saiba mais sobre a inflação nos últimos anos e seus efeitos na saúde do brasileiro, conferindo nossas redes sociais — Facebook, Twitter e LinkedIn.

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